“MPLA DESAFIOU A NOSSA FORÇA, UNIDADE E DETERMINAÇÃO»

O congresso do Tribunal Constitucional, ordenado pelo juiz-relator, Carlos Burity, através do Acórdão 700/2021, polémico pela sua matriz discricionária, encerrou com a votação a recair a favor do único candidato: 96, 43% Adalberto da Costa Júnior.

“Glória! Glória. Habemos Presidente”, gritou Raúl Ngola, veterano professor-guerrilheiro, reformado, depois de se conhecer a contagem dos votos, ao princípio da noite de hoje.

“O MPLA quis desafiar as bases do nosso projecto, pensando que nos poderia destruir como o fez à FNLA. A nossa resposta foi esta. Forte. Vigorosa. Agora o nosso candidato teve uma votação astronómica, fruto da provocação e do Tribunal Constitucional ser um apêndice do MPLA, dirigido, por um membro do seu bureau político. Agora têm mais uma oportunidade de provarem que vivemos numa ditadura ou que o direito, não existe, quando a corrupção no poder judicial é determinante, na acção dos juízes”, afirmou Raúl Ngola.

Finalmente, este professor, que se gaba da escola da UNITA, pede para se analisar a pureza dos quadros da UNITA, forjados nas matas e universidades do país e no estrangeiro, que pensam mais o país e os do MPLA, cuja mente se inclina mais para a corrupção e delapidação do erário público.

“Basta ver que nós não humilhamos os nossos líderes e o MPLA faz isso, com a maior falta de vergonha, como o fez João Lourenço a Eduardo dos Santos, que lhe deixou o poder de bandeja. Infelizmente ele é um dirigente medíocre que tem o poder do país nas mãos e como vai destruir o MPLA, quer antes fazer isso a UNITA, mas hoje, com esta votação, fica demonstrado o nosso ideal para com Angola multirracial. Se Adalberto é mulato e preocupa o MPLA, ele é o nosso líder, porque primeiro o vemos como angolano, competente e que ganhou o poder, primeiro disputando uma forte eleição e, depois fruto de um acórdão criminoso, recebeu a nossa estrondosa votação de mais de 96%”, afirmou Raúl Ngola.

Finalmente disse: “Eu sou um quadro do partido e vivo no Bailundo, porque temos noção que os quadros devem estar espalhados pelo país real, para a hora do apito da reconstrução de uma nova Angola. Nós, a maioria, dos dirigentes e militantes da UNITA, resiste à corrupção e à traição, por pensarmos em Angola e nos angolanos. Logo, hoje e aqui, ficou demonstrado que, não são os poucos, a minoria e os serviços de segurança do MPLA ou o seu presidente, a determinar a nossa visão plural e diferente de ver um país diferente”.

Os congressistas da UNITA demonstraram durante dois dias terem um projecto forte, unido e com estruturas independentes, “onde nenhum homem individualmente, pode ter mais poder que os órgãos colectivos”, confidenciou Agostinho Saraiva adiantando, “tivemos, na mata, na guerrilha, um modelo centralizado, mas depois do legado deixado pelo líder fundador, o partido é forte no colectivo e na democracia participativa, onde o objecto principal é implantar um verdadeiro projecto de sociedade”.

Por sua vez, o novo líder da UNITA, Adalberto da Costa Júnior disse em exclusivo, ao Folha 8: “A UNITA não está dividida. A UNITA não está fraca. Nós estamos mais fortes do que nunca. Nós temos um propósito: desenvolver Angola e a vida dos angolanos. Nós abraçamos a verdadeira democracia interna, onde agimos como um colectivo, respeitando as opiniões diferentes. Somos um partido democrático que atemoriza o MPLA, que sem uma liderança forte, temendo a UNITA usa todos os meios do Estado, para agredir a nossa patriótica organização, que tem sabido lutar contra tudo e todos, em prol do futuro de Angola”.

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